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16 de outubro de 2009

"Saiba: todo mundo teve infância, Maomé já foi criança"

Natal vem ai (coisa de dois meses) e os lançamentos de brinquedos eletrônicos começam a aparecer nas prateleiras. Boneca que canta, dança, fala, come, faz xixi e lava roupa; videogames com jogos em 3D, volante, cinco marchas, metralhadora, espada ninja, acesso à internet e cafeteira. Se analisarmos, as opções não são muitas, mas as funcionalidades aumentam e, consequentemente, o valor que os pais precisam pagar para agradar sua querida criança.

Não, esse post não vai falar de novas tecnologias e, sim, voltar no tempo, quando uma boneca de pano e minigame com jogo da cobrinha e tetris eram suficientes para fazer a alegria reinar.

Dia 25 de dezembro era sempre a mesma coisa: inúmeras caixas de brinquedos do lado de fora para o lixeiro recolher. E lá dentro, várias crianças se divertindo com seus presentes, inventando histórias, viajando em personagens e, sobretudo, aprendendo algo realmente novo e útil. E agora? As caixas servem para conservar os presentes que, por custarem muito, precisam de um cuidado maior. E também por durarem menos.

Já no dia seguinte, os pequenos recebiam o aval dos pais para levarem seus brinquedos novos na casa dos colegas ou mesmo para juntar a meninada na rua e aproveitarem juntos. E hoje? Eles sentam à frente do computador e conversam com pessoas muitas vezes desconhecidas. Sim, é bom conhecer pessoas novas. Entretanto, a infância está sendo deixada de lado. Estou falando de crianças de, no máximo, 11 anos. Crianças que não sabem o que é jogar bolinha de gude ou pular elástico, mas sabem espionar a vida dos outros através de redes sociais. Não colocam um short velho e uma camiseta surrada para jogar queimada, mas se produzem para postar fotos no Orkut como se pertencessem a algum tipo de gangue.

Essa discussão, acredito eu, será eterna, todavia, necessária. Acredito que, a infância que pessoas da minha idade (e olha que já existia Mega Drive, mas a gente não deixava de ter um vida "agitada") tiveram, não volta mais. Assim como a dos nossos pais, ficou perdida devido à indústria, que tira o prazer de sentar no chão e montar uma casa da Barbie ou um campo de batalha com Comandos em Ação. Não, não estou criticando a indústria e nem fazendo propaganda de sabão em pó.

E as canções? Difícil encontrar uma criança que saiba cantar Cai Cai Balão. Nós tínhamos como ídolos pessoas que falavam diretamente para as crianças. Xuxa, Fofão, Turma do Balão Mágico, entre outros. Hoje as crianças ouvem Kelly Key (aquela que canta: A gente sai escondido/ pra beijar na boca/ e fazer amor) e cantarolam funk no caminho para a escola.

--> O título do post foi tirado da música Saiba, da Adriana Calcanhoto. A canção está no álbum Adriana Partimpim, que contem músicas realmente infantis.E não, este não é um post pago.

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