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16 de maio de 2008

Alívio

"Agora que eu quero ficar
Na hora em que eu decidi
Você diz que já não tem certeza
Me pede pra não insistir
Diz que quer pensar e sai sem olhar pra trás"
(Luiza Possi - Escuta)


Tuda na vida tem fim. E se é fim, assusta. Não importa o quê.

Se foi de todo ruim, esse fim chega como um alívio, que, de tão forte, incomoda. Se foi bom, o final é mais doloroso, mas existe a certeza de que um dia passa.

Se ora era bom ora ruim, resta guardar o que de melhor aconteceu. Porém, guardar somente e não lembrar. Assim, os sentimentos ficam escondidos trazendo calma e paz ao invés de tormento. Assim, não se tem vontade de voltar atrás.

E voltar atrás implica em aceitar condições. E se já houve retorno e não houve entendimento, melhor não tentar.

Porém deve-se insistir. Sim, por que desistir é o mesmo que tornar-se fraco e incapaz. E se, em algum momento, perceber que vale a pena, não hesite. Faça o que for possível. Não tenha vergonha de expor os sentimentos e desejos. Eles valem mais do que qualquer comodidade, mesmo que não seja a sua.

Se mesmo assim, de nada valer, dê um fim. Mesmo que doa. E dói.

A dor pode vir da certeza de que poderia dar certo. Pode vir da acomodação e do costume. Saber que o início de outra caminhada é cheia de incertezas nos faz adiar o fim. E o que fazer na transição?

Por que não parar para pensar? Ou somente viver, da melhor forma possível? Por que essa fase terminou e muitas outras virão e irão.

Saber aceitar que a estrada acabou é fundamental. Essa estrada faz uma curva e continua logo ali. Mas será sempre a mesma via, cheia de buracos e sem acostamento. Essa estrada já não levou a lugar nenhum e nem vai. Olhe novamente o mapa. Veja quantas outras te esperam. Quantas oportunidades, tantos caminhos. Se serão seguros? Só arriscando.

Mas conseguir mudar o rumo é o suficiente para seguir em frente. E aquela estrada que você percorreu por tempos e tempos ficará mais distante. E ficará lá sempre. Não por que é estrada, mas por que não leva a lugar nenhum. Por que quer continuar com seus buracos, sua falta de perspectiva e sua curvas perigosas, capazes de ferir quem não diminui a velocidade. Se pelo menos suas placas estivessem visíves.

E como todas as histórias, essa teve um fim. Não mais um ponto e vírgula e sim um ponto. E pronto.


"Mas chegou a hora de acertar as contas
Com a sua própria vida
Se olhar no espelho e encarar seu medo
Beco sem saída
É... eu sempre escrevi e vivi desse jeito cruel:
As mesmas palavras sutis sobre o mesmo papel
Me deixa viver
É só o que eu te peço
Escute meu último adeus...
É assim que eu me despeço"
(Paulinho Moska - Último Adeus)

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