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31 de julho de 2008

Pede bença...

Então, pela primeira vez, em toda minha vida, eu fui madrinha. Claro que isso significa muito para mim. Não tenho irmãos, portanto não terei sobrinhos para "madrinhar", o que me leva à dolorosa conclusão que, se continuar solteira, nem para titia ficarei. Enfim.

Alguém confiou em mim e me chamou para se madrinha de casamento. Tá, não sou dinda de mini-gente, mas sou! E a pessoa que me chamou também não é assim tão normal. Na verdade eu espero por esse casório há 10 anos!!! Sim! Desde os meus singelos 15 aninhos que ouço o tal convite. Estava perdendo as esperanças...

Confesso que, momentos antes, ainda duvidava do convite. Mas lá estava eu, relativamente bonitinha, de vestido emprestado e sapato apertado. Tudo pelo glamour.

Fiquei fazendo hora e vi um casal que me parecia familiar. Olhei para a mulher, ela olhou para mim e disse:

_ Marcellaaaa!!!! Tudo bem? Quanto tempo...

Abri meu sorriso amarelo, estufei o peito.

_ Oi! Tô ótima e você? Quanto tempo menina...

Assim fiz com o marido dela. Cumprimentei, perguntei como estava, se já tinham filhos. Ele até me mostrou a foto, um lindo menino. Chamei para sentar na minha mesa. Fui na frente, sentei no meu lugar, ao lado da minha prima e já fui informando:

_ Tá, sei que os conheço, mas não sei de onde e não faço idéia de seus nomes...

*Deixa eu explicar: Há muito tempo eu morei em outra cidade. E foi na época em que mais se conhece pessoas, na adolescencia. Só que, com a mudança e o tempo que passei sem ir lá, eu, que não sou boa de nome nem de fisionomia, esqueci das pessoas. Não que elas não representassem nada. Mas elas envelheceram e ficaram diferentes. O problema é que TODOS me reconhecem e me chamam pelo nome. E eu, com cara de paisagem, sorrio e cumprimento. E ainda pergunto como estão. Esquecer pode, se sem educação não.

Minha prima teve que se apresentar para saber o nome deles. E eu, com minha cara de pau, me desculpei por ser tão sem educação de não apresentá-los. Aff!

A moça do cerimonial começou a convocar os padrinhos. Não sabia que precisava de tantos. Deve ser para o caso de um dos noivos tentar fugir... é mais gente para segurar. Como meu nome não era pronunciado, fiquei preocupada, aliviada e envergonhada, tudo ao mesmo tempo.

Alguém gritou:

_ Marcelaaa!!!

Saco! Não era eu. Nunca tem pessoas com o mesmo nome que eu, quando tem, não era para ter. Pô, isso confunde. Mas tudo bem, a outra também era peça fundamental na cerimônia. Era sobrinha da noiva e porta aliança. Um nível acima do meu.

Minha prima me disse:

_ Oh, retardada! (ela é sempre muito carinhosa!) Vai lá ver se seu nome tá na lista.

Abaixei a cabeça e fui. M-o-r-r-e-n-d-o de vergonha. Parei atrás da tal mulher que "cantava" os nomes e bravamente me atrevi a ler os pares (digo 'bravamente' porque estava sem óculos). Meu nome era o último. Senti alívio e uma certa raiva. Como assim, meu nome por último?

Mas estava lá! Incompleto, pois faltava um "l" (Marcella!!). Mas isso não importava naquela hora. Nome na chamada, restava saber quem era meu par. Sim, amigos. Foi como um encontro às escuras. A noiva, semanas antes, disse que não me contaria. Era surpresa. Medo, muito medo.

A mulher então gritou:

_ Marcelo e Israeeeel.

Se não tivesse olhado a lista, ia ficar sentadinha pensando como a noiva é moderninha e corajosa (a cerimônia foi evangélica). E como num passe de mágica a vergonha sumiu e eu disse:

_ É MarcellAAA!

A mulher, que até então não tinha percebido que eu estava ali, virou-se e gritou:

_ Cadê seu paaaar??

Engoli seco. Metade das pessoas que estavam no casamento me olharam estranho.

_ Quem é meu paaaarrr???

Gritei sem hesitar. Mas depois não consegui olhar para ninguém. Vergonha. Até que ele se apresentou. Bonitinho até, gostei. Alguns segundos depois:

_ Eu te conheço!

Fudeu!! Pensei comigo. Mais um que sabe quem eu sou e eu não faço idéia de quem seja. Tentei passar um filme na minha cabeça para ver de onde eu conhecia. Sim, porque momentos antes de irmos para o casamento, minha prima me falou que eu fiquei com um cara, há muito tempo, e eu simplesmente não lembro. Segundo ela, dei apelido para ele. Apelido esse que o chamam até hoje! Fiquei com medo de ter sido ele. Sem nada lembrar, resolvi abrir o verbo:

_ Foi mal, moço (eu e minha ridícula mania de chamar os homens de moço)! Mas eu NÃO lembro de você. Inclusive, eu não lembro de 95% das pessoas que me conhecem!!

Coitado, fez uma cara de assustado. Daquelas que dá vontade de tirar foto.

Com a situação devidamente esclarecida (não, não tinha ficado com ele, ufa!), posicionei-me na fila. Para não ficar no ar, entrei na frente do casal amigo, que também foram chamados para apadrinhar a união.

Hora de entrar. E agora? Como que anda? E se o tapete enroscar no meu salto? E se eu cair?

E o meu par lá, esperando eu dar o braço para ele. Ah! Eu ia saber que tinha que dar o braço? O braço eu não sei dar não...

*Já adianto (ahã, depois de escrever isso tudo) que esse post vai terminar super sem graça. Desculpe. A história não é engraçada, muito menos interessante. Eu ia contar uma coisa e acabei me estendendo um pouquinho só, quase nada.

E o casório foi lindo, correu tudo bem, chorei mesmo. Fui sentar e chamei o par. Acho que ele ficou sem graça, por que eu fiquei completamente idiota depois do casório. Andando atrás da noiva com a câmera na mão e falando pelos cotovelos. Mas fiquei sabendo, por ele, que tinha outro compromisso e por isso não ficou... enfim, tentei.

Vi uma amigona, que junto com a noiva, agora casada, eu e a prima formávamos um quarteto terrível. Terrível no sentido de impossíveis. Impossíveis no sentido de peraltas.

Eis que chega uma outra moça. Cumprimentou a prima, a amigona e, quando olhou para mim, disparou:

_ Marceeeelllllaaaaa! Como você está diferente!

Caramba (para não falar outra coisa)! Quem era aquela? Se eu tô diferente, como ela me reconheceu??? E os outros integrantes da mesa, vendo minha cara de desespero, auxiliam:

_ Ela é lerda. Não lembra das pessoas. Se bobear nem dela!

Amigos de verdade aparecem nas melhores horas, né! O que aconteceu? Tive que me desculpar, de novo! Mas depois me lembrei quem era.

E assim termina a minha história de amnésia. Eu falei que não tinha nada demais. E não preciso falar que virei chacota intermunicipal, né. É só ver alguém que já falam:

_ Marcella? Há! Ela não lembra de ninguém e todos lembram dela! (Risos, muito risos)

*Só para constar: eu posso não lembrar do nome, da cara, de onde mora, de que é filho. Eu, no máximo, acho que as pessoas se parecem muito com alguém que eu conheço, e que também não me lembro quem. E na verdade, são elas mesmas. Mas lembro de data de aniversário que é uma beleza!! Deveria até falar com as pessoas: "_ Oi! Você é aquele (a) que faz aniversário no dia tal, não é?" Certamente ia ser ovacionada! Outra coisa, lembro de situações simples, que ninguém lembra. Tipo o dia em que a tampinha do refri caiu e foi difícil de pegar. Fui clara??

1 | Comente:

Pkena disse...

Oi!... Lembra de mim?... Tomara que sim, pois só assim vai saber quem é a pessoa que A-D-0-R-O-U esse post.
Beijos cheios de saudade. Ah... e meu aniversário tá chegando, viu?! rs rs rs