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12 de agosto de 2009

Uni-duni-tê

Muito tempo que não apareço por aqui, né. Desculpa gente. Mas sabe como é, não tenho tido muito tempo sobrando, ou seja, momento de ócio criativo nulo. E quando tenho não disponho de um computador perto. E anotar no papel me dá uma preguiça.

Ainda bem que existem blogs, jornais, G1 entre outros para acender a lamparina do meu juízo (aprendi isso essa semana numa novela que jura que mostra o dia a dia dos meus parentes distantes). E foi a partir de um blog que eu idealizei esse post. Nada demais, só me lembrou uma coisa que me aconteceu há, mais ou menos, dois ou três anos.

Tipo, placa de banheiro é uma coisa estranha. Sempre aqueles bonequinhos indicando masculino e feminino, em cores rosa/vermelho e azul. Existem algumas variações que, dependendo da papagaiada que colocam, confundem a gente e atrasa a entrada no tal lugar, o que pode ocasionar em completo desespero de quem tenta decifrar o código e até um certo "acidente". Pois bem, desse tipo já vi muitos. Cachimbo e chapéu (como se mulher não pudesse fumar cachimbo e homem não usasse chapéu), bolsa e chapéu (o chapéu aqui quer dizer que é de homem; óh, confusão), flor e passarinho (esse a pessoa tem que escolher o que mais se identifica), entre outros que não vou fazer força para lembrar agora.

Mas voltando ao caso, estava eu em uma festa promovida por estudantes de biologia, acompanhando meu primo, que na época fazia faculdade de biologia (!). No início foi tranquilo; a festa parecia normal como qualquer uma, apesar do nome: "Calitrix", espécie de macaco., me explicou o primo. De repente começam a chegar os bactérias e vírus, todos alunos do tal curso. Sim, estou falando de gente!

Cerveja vai, cerveja vem, palavras extremamente estranhas eram ditas por pessoas que vestiam verde e tinham cabelos que mais pareciam samambaias torradas pelo sol, nomes de bichos comuns eram trocados por palavrões horrendos que eles insistiam em dizer que eram o "termo técnico", entre outras coisas que são comuns entre eles. Só entre eles.

Eis que chega o momento de ir ao banheiro. Eu, como não sou tão besta assim, sempre pergunto para alguém onde fica o banheiro. Uma menina estranha, assim como grande parte dos participantes da tal festa (meu primo não está incluído) me aponta. Somente aponta. Era fácil, duas portas num canto da casa atrás de uma mesa gigante onde biólogos loucos comentavam suas experiências com Agriolimaceidae e Anacardium occidentale.

Como já estava um pouco alcoolizada e sem óculos, segui o dedo da moça e fui! Chegando lá na porta (lembrando que a vontade de usar o toalhete é proporcional à distância do mesmo) me deparo com os seguintes dizeres: XX em uma e XY na outra.

Pensei comigo: fudeu! Não tinha aula de biologia desde 2001, quando fiz cursinho! E agora, José? Onde eu entro?

Tentei esperar para ver ser alguém saia ou entrava de uma das portas. Assim pretendia distiguir onde era o banheiro mais apropriado para mim. Mas ninguém apareceu. E aquele monte de biólogo lá, cansados de saber o que era aquilo. E esse fato me fez morrer de vergonha. Perguntar? Nunca! Ia ser a atração da festa. Uma legítima Equus asinus em plena festa de biólogo!!!

Foi ai que usei toda minha intuição e pensei: Bom, eu quero fazer xixi, então vou entrar no XX! (gente, tava quase saindo, quase pingando, isso foi a única coisa que consegui raciocinar naquele momento de desespero e vergonha).

Entrei. Não tinha ninguém. Quando já estava numa situação mais confortável tentei lembrar daquela aula chata em que a professora explicava por que o povo nasce desse ou daquele jeito. Nada. Lembrava de um tal de XX e XY, mas não sabia quem era quem. Sabia que rolava uma mistura e tal, mas nada que me aliviasse o medo de sair pela porta errada.

Enfim, sai do banheiro XX rapidinho e, morrendo de vergonha, perguntei ao meu primo o que aquilo significava. Em tom de deboche ele disse que XX representava mulher e XY era homem. Depois me explicou alguma coisa sobre a tal junção dos dois e tal e riu. Nem preciso dizer que aprendi né. Mas ainda não entendo como funciona a mistura.

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